sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Paul McCartney parte 1

Peço desculpas pelo post gigantesco!

Dia 21 de Novembro teve um show aí em São Paulo. Foi num domingo. Eu fui!
E foi lindo.
















A gente inventou de chegar lá às 2 horas da tarde. Tinha muita gente. A fila pra pista normal (nosso setor) começava na frente do estádio... Quando a gente finalmente encontrou o final, já estávamos na parte de trás do Morumbi. O desespero foi grande. “MEU IRMÃO! GENTE PRA CARALHO!!”, “Odeio ser o último da fila...é tão triste”, “Com licença, moço. Aqui já é o final?”. Não fomos os últimos da fila. Nem perto disso! Dois minutos depois de nos posicionarmos, olhamos pra trás e havia, no mínimo, umas 60 pessoas já.

Eu admito. Fiquei feliz.

O sol estava PRA SE FODER. A previsão tinha sido de chuva, mas, claro, o homem do tempo errou. Diogo, minha dupla de show, sofreu muito com isso, coitado. Ressaca braba da noite anterior. E ele tava de camisa preta. Hehehe. Não agüentei a minha camisa e comprei uma branca. Troquei na mesma hora (num banheiro, claro. Nojento. Custou 3 reais – o banheiro). O asfalto tava quente e a água tava cara. Na verdade, TUDO tava caro. Gastei mais de cinqüenta reais durante a espera desse show. Do lado de dentro as bebidas tinham todas o mesmo preço: cinco reais (água, refrigerante e cerveja).

A maior diversão era ver a galera chegando, parando e te perguntando “aqui é a fila pra que setor?”, “pista normal”, “meu deus”. As caras eram impagáveis. “Impossível! Não acaba nunca!”. HAHAHA

Finalmente a fila começou a andar. Infelizmente, ficamos ao lado da fila pras arquibancadas vermelhas, que andou muito mais rápido. Invejinha na hora. Parecia que íamos andar dois passos e passar mais 20 minutos parados. Mais 2 passos, mais 20 minutos parados. Mas não. Quando começou a andar, até que foi rápido, graças a deus.

Entramos no Morumbi. Diogo, coitado, tava tenso. Quando a gente já tava andando na fila, e tínhamos chegado mais ou menos na metade do caminho até a entrada, a gente lembrou que talvez fossem pedir a carteira de estudante. Ele tinha esquecido a dele em casa. Muitas unhas roídas, muitos “acho que vou lá pegar agora, velho” e “vai não! Espera e cruza os dedos!”, alguns minutos, uma entrada, e ninguém pediu foi nada. Só o ingresso. Foi um alívio!

Assim que entramos, a felicidade explodiu. O palco tava lá, lindo e enorme perto da gente. Muitos abraços, por parte de todos que chegavam lá. Foi legal ver os desconhecidos tendo a mesma reação que a gente. Um sentimento besta de união.

Não tinha tanta gente dentro ainda, então dava pra escolher tranquilamente um lugar pra ficar, e sentar um pouco. Obviamente, não durou muito essa tranqüilidade. Vou dizer que não entendo algumas pessoas. Faltavam 3 horas pro show começar e as pessoas ficavam de pé, brigando por um lugar pra ver melhor o palco (vazio). Durante a espera, Diogo, inteligente, aproveitou pra fazer xixi. Eu tava sem vontade e acabei segurando até o show acabar.

O tempo de espera lá dentro não passou rápido. Durante as 3 horas que a gente ficou lá, de pé, eu reclamei muito. Diogo também. Tava muito arrependida de ter chegado cedo, de ter vindo de calça (tava quente), de ter comprado ingresso pro show, de ter gastado tanto dinheiro em São Paulo...! AHHHH!

Paul McCartney parte 2

Aí os holofotes se apagaram, o palco se iluminou e meu Beatle preferido entrou no palco, usando um casaco azul extremamente brega e dando tchauzinho pra platéia. Diogo ficou tenso do meu lado e deu o sorriso mais lindo da noite. Adeus reclamações. O estádio inteiro ficou mais leve.

O começo foi sutil: “Sitting in the stand of the sports arena, waiting for the show to begin…”. Depois veio Jet, que foi incrível. Ninguém tava acreditando ainda, eu acho. Só fomos sair do estado de choque quando ouvimos “one, two, three! CLOSE YOUR EYES AND I’LL KISS YOU!”. Gente, imaginem o delírio. O Morumbi inteiro pulou. Uma moça que tava de pé ao meu lado tremia e gritava a música, abraçada com o amigo emocionado. Não eram os únicos. Entre cada música, os comentários eram do estilo “PUTA QUE PARIU! É UM SHOW DE PAUL, PORRA! EU NÃO ACREDITO!”.

Ele falou em português várias vezes. Cada vez que ele abria a boca, eu virava pra Diogo pra comentar “oooooown! Ele é tão lindo!”. Coitado, mas acho que ele não cansou de ouvir. Paul é realmente muito simpático.

Quase que eu vôo quando Let Me Roll It começou. Não sei dizer qual foi a música em que eu fiquei mais animada, mas acho que essa tá no topo. Na verdade, eu sinto um pouco de dificuldade de lembrar de tudo que aconteceu. Adrenalina. Mas as partes importantes não esqueço, ainda bem. E eu ainda me emociono quando penso em algum momento do show.

Drive My Car; Highway; The Long and Winding Road - metade do Morumbi se desmanchou em lágrimas nessa hora, e eu só consegui pensar em Luiz. Espero que ele tenha aproveitado essa música. O cara passou o mês antes do show falando nisso, e todas as vezes ele comentava que, pra ele, Long and Winding Road é a balada mais bonita dos Beatles.

Aí engatou com 1985; Let ‘Em In; My Love. E quem disse que Paul bebe água? Em momento algum ele parou pra tomar um gole!

I’ve Just Seen a Face e And I Love Her foram FODA. Eu não gosto muito da segunda, mas não tinha como ficar ruim. As pessoas vibraram. Contagia. Emoções à flor da pele, nervos à flor do pano, aquela energia tão boa ao redor. Era uma felicidade muito intensa, que dava vontade de chorar. Fiquei à beira de lágrimas o show inteiro. Até ele tocar a seguinte música:

http://www.youtube.com/watch?v=P5CUHHGlQg0

Pronto. Elas desceram NA HORA. Chorei calminha. Diogo me abraçou, e a música passou rápido.

Aí como se não bastasse, Paul resolveu tocar a música que ele escreveu para seu amigo John. Se alguém naquele estádio não tava chorando ainda, essa foi a oportunidade. Pensei em Mila nessa hora, e como ela seria a pessoa mais louca se tivesse ido pro show.

Observação: A lua estava LINDA. Era um olho no show, outro olho na lua.

Depois teve Dance Tonight. Não posso dizer que me lembro 100%, mas tenho quase certeza que foi nessa música que o baterista se levantou e começou a dançar no palco. ROUBOU O SHOW!! A vibe “gente chorando” passou e foi só euforia a partir daí.

Liguei pra minha mãe e pra Bruna quando ele tocou Ob-la-di, Ob-la-da e Back in the U.S.S.R. Queria que Bruna tivesse ido comigo.

O ápice da participação da platéia, acho que dá pra imaginar, foi em Hey Jude. Inclusive, quando o show acabou e a gente tava saindo por um corredor QUENTE E APERTADO, todo mundo começou a cantar “na, na, na, nanananaaaa!” e a batucar nas paredes. PUTA MERDA, QUE ARREPIO!


vocês podem ver o setlist do show completo e ouvir as músicas aqui

Paul McCartney parte 3

Ele acabou o show super bem, na minha opinião. Adorei as músicas que ele escolheu pro encore (1 e 2). Só morri de pena do coitado: um show do caralho, 3 horas de duração. Aí quando ele ta saindo do palco, ele tropeça nuns fios, dá uma cambalhota no ar e cai. E foi filmado. Hahahaha mas Paul tem classe! Se levantou, fez que tava bem e foi-se embora!

A noite acabou LINDAMENTE. Bebida e nordestinos. E um "doidão! é nói mermo, mô véi!", também conhecido como Gilberto Neto, amigo de Diogo. Figura! Diogo ligou pra ele quando o show acabou, pra gente se encontrar. A saída do Morumbi era descendo uma ladeira. Gilberto estava subindo.

Essa viagem foi cheia de partes boas, e Giba foi uma das melhores.

Sentir fome, por outro lado, nunca é bom! Eu não tinha comido praticamente nada o dia inteiro. Não senti fome durante o show, mas, assim que acabou, minha barriga resolveu competir com a banda pra ver quem sabia fazer música melhor. Achei uma maçã do amor MUITO BOA assim que a gente saiu do estádio. Diogo, sabido, roubou a parte boa quase toda. Mas tem nada não! Abocanhei o negócio. Deve ter sido uma cena engraçada, no mínimo. Eu tava de pernas cruzadas, segurando a maçã do amor com as duas mãos e atacando ela. E ficando toda suja!

A melhor noite da minha vida =)







quinta-feira, 4 de novembro de 2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ensinanças

Ah, os adventos da era tecnológica. Não há escapatória. Naquele ramo onde trabalha o pai e, mais recentemente, ela, ou se sabe o que é mídia social ou se aposenta. O pai até que conseguira driblar as demandas durante um tempo. Toda vez que precisava de algo que exigisse mais que uma pequena noção de Google, chamava um dos filhos e deixava que eles resolvessem. Quando ela e os irmãos começaram a trabalhar e já não tinham mais tempo de ajudar o velho, ele contratou um estagiário.

Tudo parecia estar correndo bem. O estagiário lidava, basicamente, com a internet, e o pai estava livre para fazer aquilo que gostava e sabia como mais ninguém. Até o dia em que o menino adoeceu e faltou ao trabalho.

Foi um desespero. O pai já havia ligado para todos os filhos, e, todos trabalhando, não podiam sair para ajudá-lo. Tentou, então, convencê-la mais uma vez. Seu irmão cardiologista e sua irmã professora não podiam se ausentar do trabalho. Ela era a última esperança! Onde estava a compaixão? Família em primeiro lugar.

Como sempre, a chantagem emocional funcionou. Ela avisou ao chefe que estava tomando sua folga um pouco mais cedo e dirigiu-se ao escritório do pai, onde foi recebida por uma pessoa descabelada, com a camisa desabotoada, que parecia estar beirando um colapso mental. Não se assustou, já estava acostumada com os exageros do pai.

Sentou-se na cadeira, respirou fundo e pacientemente explicou ao pai, já um cinquentão-quase-sessentão, como fazia seu trabalho. Tudo correndo bem, até chegar na parte prática.

- Primeiro a gente cola o URL aqui nesse espaço, copia e cola o texto aqui nessa caixa e diz qual é o sentimento. Aí, pra facilitar e organizar, escolhe uma tag e um assunto. Depois diz qual foi o público, a keyword, o tipo de site e a data. Aí a gente vai colocar as informações da comunidade e do bloguei...pai?

-Hum? Sim, sim, minha filha. Você está fazendo um trabalho ótimo! Agora deixe papai se concentrar no trabalho dele, sim?

O pai, já completamente composto, sorrindo sorrateiramente, estava imerso em outros assuntos. Mais uma vez, havia conseguido se esquivar daquilo que, muito provavelmente, não iria nunca entender. Nem fazia questão.